“Um homem tentando encontrar seu caminho através do bosque e passando por ali podia muito bem levar um susto, Louis pensou”. - pág. 43, Pet Sematary - Stephen King
Stephen King,
um dos, se não o maior escritor de terror do mundo! Creio que quem curte
literatura estrangeira deste gênero (terror), já se deleitou e leu muitas das
obras de King. Quem não leu e curte cinema também vai reconhecer o autor por
clássicos filmes: It’ A Coisa (1990) Remake (2017), O Iluminado (1977), Carrie
(1974), Pet Sematary (1989) e TANTOS outros. A lista de livros e filmes do
autor é bem extensa, isso pode até te fazer acreditar que o terror tende a ser
repetitivo, mas ai esta a grande façanha e singularidade de King; cada terror,
cada história arrepiante é única. Prende o leitor, promete e cumpre sustos de
arrepiar, da muito medo (pode crer) e
surpreende ao fim com um desenrolar sempre muito inteligente e interessante.
Não vá lendo acreditando que no fim tudo se resolve, a história chegou ao fim e
foi resolvida e ponto, talvez a ideia de resolução que você espera não seja a que acontece ou seja bonita assim, estamos falando de King e ele é expert em aterrorizar. Bom, às vezes
pode ser bom... Dependendo do que você acredita
ser bom.(...)
A leitura
desta semana é Pet Sematary, história de terror e suspense que conta a história
de Louis Creed, um médico de 37 anos que coleciona miniaturas de carros e gosta
de Rock. Louis recebe uma proposta de emprego e muda-se com a família de
Chicago para o Maine, para trabalhar como médico na Faculdade do Maine. A
família é composta por Rachel a esposa, que tem uma “fobia de morte” (se assim
pode se chamar) adquirida depois de ter perdido a irmã para a meningite quando as duas
ainda eram pequenas. Ellie é a filha pequena, Gage é o bebê da família e o gato
Church. Ao mudarem-se para uma bonita casa próxima a uma rodovia,
Louis e a família logo fazem amizade com os moradores do outro lado da estrada,
os idosos Jud Crandall e Norma Crandall. Louis e Jud rapidamente constroem uma grande
amizade de amigo para amigo e ao fim de Pai para Filho.
Jud apresenta
aos Creed um local interessante próximo a casa agora habitada pelos Creed, mas
que já pertenceu a família de Jud quando ele era pequeno; O Cemitério de
Animais, localizado no alto próximo ao quintal da nova casa. O livro usa a
grafia Sematary, o que não é
traduzida tantas vezes e algumas vezes aparecem escritas Simitério de Bicho. Sim, a grafia em inglês não esta correta. A primeira curiosidade é: O autor
resolveu escrever “Sematary” e não “Cemetery” como seria o correto, porque na história ele faz a alusão de que o
cemitério de animais da história teve sua crença e, talvez, misticismo provavelmente criado
por crianças e elas escreveram a placa desta maneira. Sim, crianças de
aproximadamente 8 anos. A segunda
curiosidade é: a idade de 8 anos condiz com situações complicadas/bizarras
vividas pelos outros personagens. O livro mostra a primeira cena do cemitério se
passando em 1925, quando um garotinho perdeu seu amado cachorro chamado Bowser
que faleceu supostamente depois de ter comido veneno para rato. O garotinho era
Billy Holloway, e não era uma criança comum, ele era atormentado por muitos
pesadelos. O pequeno e seus amigos as crianças Bowie, a irmã Mandy os gêmeos
Dean e Dana Hall construíram um pequeno caixão para o animal e resolveram
seguir as instruções de uma Enciclopédia Britannica
que mostra o cortejo da Rainha Vitória. As crianças então, já reunidas em quase
vinte, arrumaram-se com casacos e flores e seguiram em cortejo até o pequeno “sematary”
e lá prestaram todas as homenagens para o cão. A história conta que esse ato acabou os pesadelos do pequeno Billy, mas também nos deixa em duvida quanto à
data em que o cemitério surgiu, porque ele cita um pouco antes algumas lápides
muito antigas e quase apagadas que não condizem com o tempo da história anteriormente narrada. E esta é a parte do livro em que temos o
primeiro contato com o misticismo e o significado, mesmo que ainda no inicio e
dando espaço para interpretação, com o cemitério de animais.
Stephen King é
rei do terror, mestre em construir terror nos mínimos detalhes deixando pistas simples de horror que requer atenção minuciosa, são pequenos assombros, inícios minimamente conturbados e
sentimentos que passam rapidamente pelos personagens. Exemplos: A abelha que
pica o bebê Gage no inicio do capítulo, o medo da pequena Ellie por seu
endiabrado e esquisito gato Church, o contato das crianças com a “situação”
morte ao visitar o cemitério de bichos e como todo esse sentimento pesado e
obscuro pode conturbar os pequenos e os pais, isso tudo funcionando como "presságios" do grande castelo de
horror que a história se transforma. À medida que a história desenvolve somos apresentados
a outros momentos de terror mais concisos e se você é fã de terror pode até
achar alguns trechos clichê, mas vai deixar isso de lado quando perceber que
esta história foi lançada em 1983, quando o terror estava sendo bem explorado principalmente por King.
"Eu vou gritar, depois fico maluco e não tenho mais de me preocupar com isso..." pág 94, Pet Sematary - Stephen King
O doutor
Creed tem seu primeiro paciente, Victor Pascow, um estudante da universidade
vitimado por algum acidente que abriu seu crânio e o levou a óbito na sala do
médico, Pascow antes de morrer fala sobre o Cemitério de Animais com o doutor.
- Essa é a chave de entrada para os grandes acontecimentos. - Para todos os
acontecimentos seguidos, King abraça a praticidade de simplesmente matar,
ferir, sumir com qualquer um dos personagens, não existem rodeios, nem cenas
tocantes de amor e prosa com nenhum personagem, o fim é o fim e pronto você já
foi levado para um grande momento e vai observar agora como os
personagens lidam com os resultados enquanto enlouquecem gradativamente. Cada
página tornando-se mais assustadora e cruel enquanto vemos Louis, um homem
sensato e que deliberadamente ignora os significados e lamurias que trazem as
questões de morte, quase enlouquecer, na verdade, de fato enlouquecer enquanto
suas convicções são derrubadas e seus atos desesperados trazem a tona o
problema que é usar o cemitério para outro cunho se não despedir-se dos seus
bichinhos. Nosso personagem principal vai aprender, folha a folha, o
significado da magia que é os mistérios do mundo do terror enquanto sua família
chega à beira da ruína e despensa do precipício.
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| meu Umbreon fazendo cosplay de Chruch |
O livro é
dividido em três capítulos e rende 423 páginas e o desfecho final da história é
lido no epílogo. Os três capítulos trazem trechos do evangelho de João, dois trazendo
interpretação e um citando e grifando o evangelho de João da Bíblia. O que é
bastante interessante de ler, não porque King trás um cunho religioso, sim
porque ele se baseia em uma das histórias de ressurreição conhecida por quase
todo o mundo e que está cravada dentro da religião; Falo de Lázaro, morto há
três dias e Jesus o ressuscitou. E falando-se de Religião... é um fator de curiosidade, debate, crença, não-crença e afins de muita gente e essa entretida conjuntura e empreitada entre religião
e terror onde King brinca de fazer analogia entre elas sutilmente, não tanto, da um Q a
mais na história.(lá vem debate, só que não.)
Os
personagens de King seguem padrões de característica que ele gosta muito:
jaqueta de couro, carros antigos, motos custom,
amantes de Rock n’ Roll e pouca descrição física dos personagens em si, nos dando
espaço para interpretar como seria de fato cada um. O que chama atenção neste
livro em questão de Rock são as citações que aparecem da música: Hey! Oh! Let’s
go! da banda Ramones. A letra da música não aparece como uma simples citação de
música, mas para grifar os inicio das situações conturbadas e atitudes enérgicas
de Creed. É bom escutar a música e prestar atenção na letra, ela combina muito
bem com os momentos em que são citadas, principalmente nas bofetadas, socos e
pontapés que Creed distribui! Outra música do Ramones que casou em
perfeito com a história, agora de fato sendo feita para a história, é a que
leva o mesmo título: Pet Sematary do Ramones, claro. Terceira
curiosidade: Em 1989 o Ramones lançou Pet Sematary, um agrado feito
especialmente para King. Quarta curiosidade:
Stephen King é fã de Ramones.
Como eu disse
antes o livro tem filme de mesmo nome lançado em 1989, tem muito horror,
terror, Rock, Ramones e efeitos especiais. Como estamos perto de ser
abençoados com o lançamento do filme: A Torre Negra, achei interessante
relembrar outra obra que acho incrível de King. E ai está à resenha/indicação da
semana: Pet Sematary (O Cemitério, no Brasil) de Stephen King.
Por: Juliana Oliveira,
SPOILER NO FIM:





Estou louca pra ler esse livro <3
ResponderExcluirQuando ler, me diz o que achou <3
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